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A obesidade já é considerada como a
epidemia do novo milênio. No Brasil, pesquisa do IBGE mostra que 1/3
da população brasileira está acima do peso ideal, sendo que 6% dos
homens e 13,3% as mulheres são obesas. Na América Latina em torno de
200 mil mortes por ano estão diretamente relacionadas com o excesso de
peso. Cerca de 50% da população brasileira já tentou perder peso e 15%
dos adolescentes estão acima do peso.
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Um vírus conhecido por causar a
obesidade em aves foi associado a problemas de peso em humanos e foi
considerado a possibilidade que algumas pessoas "pegam" obesidade e
que, em alguns casos, poderia ser uma doença infecciosa.
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Esta
descoberta foi feita por pesquisadores da Universidade
Wisconsin-Madison onde o estudo preliminar deles concluiu que 15% das
pessoas obesas têm anticorpos ao vírus e indicam que eles foram
expostos a ele mas que isto não ocorreu em nenhuma pessoa magra.
Segundo afirmações do Prof. Nikhil Dhurandhar (ao lado), o cientista
que chefiou a pesquisa juntamente com o Professor Richard Atkinson,
endocrinologista e especialista em estudos da obesidade humana, este é
o primeiro vínculo de um vírus com a obesidade humana. É um dos
achados mais significantes no campo de obesidade em anos, e abre uma
área nova de pesquisa e potencial tratamento da doença.
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Essa pesquisa que surpreende, será
uma grande revolução e poderá explicar porque 26% de adultos
americanos eram obesos em 1980 e agora este percentual se elevou para
um índice de quase 60% da população norte-americana, de acordo com
estatísticas oficiais, que é muito gorda ou obesa, ou seja, mais de
135 milhões de americanos estão obesos apresentando um IMC (Índice de
Massa Corporal) igual ou maior a 27 kg/m². Pesquisas recentes nos
Estados Unidos estimam que no ano 2025 cerca de 75% da população será
de obesos, com mulheres pesando em média entre 66 e 77 quilos.
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Muitos pesquisadores ainda estão
buscando uma resposta porque este aumento tão grande da obesidade está
acontecendo, mesmo com o tipo de alimentação, estilos de vida
sedentários, predisposição genética e problemas de metabolismo que não
explicam a tendência a tão grande aumento na incidência da obesidade
nos Estados Unidos e agora, até mesmo no Brasil. De um certo modo,
esta progressão segue um tipo de padrão que poderia acontecer com uma
doença infecciosa nova, como foi visto com o vírus da AIDS. Com isto
nós podemos pensar na possibilidade de que a obesidade seja uma doença
de origem viral.
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A noção de obesidade como uma
doença infecciosa não é convencional, mas há 15 anos atrás se qualquer
médico dissesse que a úlcera gástrica era causada por bactérias, as
pessoas diriam que era algo absurdo, sem cabimento e hoje sabemos que
a úlcera é causada por uma bactéria, o Helicobacter pyllori.
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O mecanismo pelo qual o vírus
poderia causar ou poderia contribuir para a obesidade ainda não é
muito bem conhecido. O que sabemos é que uma pessoa, predisposta
geneticamente, pode ficar gorda ao 20, aos 30, 40 anos ou em qualquer
idade sendo que até a um determinado momento era magra. Outro fato que
se conhece é que o Ad-36, em culturas de tecidos em laboratório,
parece aumentar a diferenciação de adipoblastos (células
pré-adiposas) para adipócitos (células adiposas), sendo que
adipoblastos expostos ao vírus Ad-36 têm 3 vezes mais possibilidades
em se tornarem células adiposas (gordurosas), ou seja este vírus
estimula as células pré-gordurosas (os adipoblastos) a se tornarem
células gordurosas (os adipócitos).
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Os
Adenovírus (figura ao lado)
que infectam aves, encontrado na Índia, poderia induzir a obesidade
quando foi injetado em galinhas. Até o momento foram descobertos cinco
vírus animais que podem causar a obesidade em animais, sendo o
principal deles o Adenovírus SMAM-1, mas nenhum vírus em humanos tinha
sido implicado até o estudo sobre o Adenovírus-36 ou
Ad-36.
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As Adenoviroses humanas formam uma
grande família de uns 50 tipos de vírus. Transmitido pelo ar com
contágio de pessoa-para-pessoa, eles podem causar infecções
respiratórias superiores, resfriado comum, problemas gastrintestinais
e infecções oculares em seres humanos. Há muito já se sabia desses
tipos de efeito dos adenovírus mas o Ad-36 não parece ser um vírus
comum.
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Por motivos éticos a pesquisa só
está sendo feita em animais, apesar do vírus ser encontrado em seres
humanos e foi realizada em duas partes, primeiro foram injetados em
animais de laboratório o Ad-36 para testar a teoria que estes vírus
pudessem causar a obesidade. Os animais se tornaram gordos e
surpreendentemente tinha colesterol e triglicérides
normais, ao contrário que se esperaria de encontrar, observando que
esta obesidade normalmente seria acompanhada por níveis elevados tanto
do colesterol quando dos triglicérides. Esta seria uma característica
paradoxal do referido vírus em animais que parece produzir baixos
níveis de colesterol e triglicérides junto com a obesidade, enquanto
que a obesidade normalmente é acompanhado por níveis elevados dessas
substâncias. Outra descoberta detectada foi de que o vírus Ad-36 se
desenvolve rapidamente no sangue e no tecido adiposo, entretanto não
ataca o tecido muscular esquelético e DNA do vírus foi detectado no
tecido adiposo até mesmo 4 meses após a infecção com o Ad-36.
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Em seguida eles testaram 199
pessoas, sendo 154 obesos e 45 magros para pesquisa da presença de
anticorpos para o Ad-36. Aproximadamente 30% das pessoas obesas
apresentavam os anticorpos e menos de 5% das pessoas magras tinham os
referidos anticorpos.
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As pessoas obesas
anticorpos-positivo tinham significativamente colesterol e
triglicérides mais baixos que as pessoas obesas anticorpos-negativo,
um padrão semelhante ao visto em animais infectados com Ad-36.
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Cerca de 30 outros fatores que
poderiam explicar diferenças de peso entre os dois grupos, como idade,
história familiar ou obesidade, doenças como diabetes, disfunções
renais ou hepáticas foram comparados.
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Nada
surgiu que fosse diferente, exceto os anticorpos para o vírus Ad-36.
A presença de anticorpos era associada com uma resposta
significativamente melhor para tratamento da obesidade com
medicamentos, especialmente nos animais do sexo masculino.
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Muitas pesquisas adicionais ainda
serão necessárias para determinar se a epidemia global de obesidade
pode ser em parte devida a infecção com Ad-36 ou não. Caso seja
confirmado esse tipo de infecção em humanos o próximo passo da ciência
será produzir uma vacina contra esse vírus e futuramente, através da
engenharia genética a medicina tentará consertar os "estragos" que
esse vírus causou ao DNA dos obesos.
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Este artigo não
pretende a prescrição ou indicação de medicamentos. Se você
apresenta algum dos sintomas citados procure um Médico pois nada
substitui uma consulta com um Médico especializado, pois tanto
para a mulher como para o homem, a avaliação Médica e
especialmente a Terapia Ortomolecular tem que ser individualizada
e só deve ser prescrita por Médico Especialista, e que para se ter
uma base do que se vai indicar para um paciente é necessário fazer
uma minuciosa anamnese clínica, avaliar o estado psico-emocional
do paciente e fazer um estudo pormenorizado com exames
laboratoriais, inclusive Ortomoleculares como o Teste do Cabelo (Mineralograma) e
outros através de sangue, urina e fezes. |
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