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Atletas
constituem-se em população de risco em relação às deficiências de
oligoelementos.
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Dr. Angelo Aparecido Sella
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Os oligoelementos essenciais são co-fatores ou atividades enzimáticas
implicados em todas as grandes vias metabólicas e na
proteção
contra os radicais livres. A necessidade diária de oligdelementos
varia em função de numerosos fatores; porém, algumas condições
fisiopatológicas podem induzir a carência relativa desses elementos e
devem ser tratadas preventivamente. São elas: fase de crescimento,
gravidez e aleitamento, reposições hormonais, a terceira idade e
atividades esportivas.
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A prática de uma atividade física provoca perturbações no metabolismo
de diversos elementos-traço. Essa carência marginal decorrente do
aumento das necessidades pode ser confirmada por uma avaliação
laboratorial e a verificação do efeito benéfico induzido pela
administração dos oligoelementos é um critério de grande valor como
comprovação indireta.
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Implicações práticas serão pesquisadas, principalmente no que concerne
aos riscos de defíciência e às necessidades nutricionais de indivíduos
com alta atividade física.
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Sabendo-se que os oligoelementos ferro, zinco e selênio estão
defícientes na população em geral devido à alimentação moderna. Outros
oligoelementos, diretamente implicados no desenvolvimento de suas
atividades físicas, devem ser igualmente suplementados. Quando o
atleta não se encontra em boa forma orgânica, seu rendimento é
precário e facilmente apresenta uma disfunção sistêmica mais
importante, que pode envolver os equilíbrios: hidro-eletrolítico;
ácido-básico; simpático-parassimpático, e endócrino.
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A falência de um desses elementos interrompe toda uma via metabólica,
com consequente deficiência do produto final. As consequências são
numerosas e pequenos distúrbios provocados pela impossibilidade do
organismo usar este ou aquele produto particular do metabolismo para a
sua atividade. Desta forma, cada vez que o atleta sofre um estresse
importante, a reação de adaptação é a mesma. O sistema nervoso alerta
a necessidade de alterar-se o equilíbrio interno segundo a nova
condição externa. Esta mensagem chega ao sistema nervoso autônomo, o
qual desencadeia uma reação ativando principalmente a sua porção
simpática (estimulante), que, por sua vez, estimula um grupo de
glândulas endócrinas (tireóide, córtex e medula da supra-renal e
hipófise anterior).
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O resultado final é a retenção de sódio, potássio e fósforo e a
eliminação de cálcio e magnésio. Esses minerais aceleram reações
bioquímicas que culminam em maior velocidade na produção de ATP e
energia celular. Porém, com intuito de equilibrar esse processo e
combater a exaustão celular, inicia-se uma fase reativa que se
caracteriza pela alteração na dominância do sistema nervoso autônomo,
com estímulo de sua porção para-simpática (sedativa), com função
anabólica (pâncreas, paratireóide, córtex da supra-renal e hipófise
anterior). Os efeitos são os opostos aos acima descritos. O primeiro
sinal desta disfunção é o cansaço sem motivo aparente.
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O quadro abaixo resume os nutrientes envolvidos nos mecanismos
simpáticos e para-simpáticos:
Nutrientes |
Estimulantes |
Sedativos |
Transitórios |
Minerais |
Fósforos
Sódio
Potássio
Ferro
Manganês |
Cálcio
Magnésio
Zinco
Cobre
Cromo |
Zinco
Cobre
Selênio
Magnésio |
Vitaminas |
A
E
B1
B6
B10
B3 |
D
B12
Colina |
B5
B6 |
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As principais funções de cada nutriente são:
Complexo B:
funcionamento do sistema nervoso e conversão de alimento em
energia. Dentro dele:
- vitamina B1: catabolizador
dos carboidratos;
- vitamina B2: catabolizador
das gorduras;
- vitamina B3: transporte de
oxigênio, vaso-dilatação;
- vitamina B5: "antiestresse"
sobre a glândula supra-renal;
- vitamina B6: utilização do
glicogênio;
- vitamina B12: produção de
DNA. |
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Vitamina C: catabolizador
das gorduras com economia de glicogênio, ação antioxidante,
antiestress, produção e manutenção do colágeno.
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Vitamina E: proteção
vascular, ação antioxidante em tecido vascular.
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Magnésio: relaxamento
muscular, manutenção da glicemia.
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Fósforo: componente
principal do ATP.
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Sódio e Potássio: em
proporção ideal, promovem a transmissão dos impulsos nervosos.
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Ferro: transporte de
oxigênio.
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Zinco: utilização da
vitamina A e complexo B, infinidade, potência da contração muscular.
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Manganês: atividade
muscular trofismo de tendões e ligamentos, oxidação de carboidrato,
absorção de ferro.
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Outros minerais: cálcio,
cobre, cromo, selênio, vitamina D, colina, vitamina A, vitamina B10.
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Todos esses elementos estão relacionados à concentração da atenção e
aos reflexos neuro-musculares, à adequação do metabolismo glicídico
para a geração de energia suplementar, ao aumento da força muscular, à
integridade das estruturas do aparelho locomotor, ao condicionamento
cardiovascular e à eliminação renal e sudoral dos catabólitos gerados
pelo exercício. A correção desses fatores fisiológicos é o objetivo da
oligoterapia nutricional.
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A estrutura músculo-esquelética é o patrimônio mais importante para se
salvaguardar em um atleta. O SNC envia estímulos reguladores aos
músculos e tendões, que em boas condições, mantém o equilíbrio das
estruturas ligamentares e articulares durante o movimento. Qualquer
defeito postular provoca uma sobrecarga nos ligamentos da coluna
lombar, dos mecanismos lombos-sacros e sacro-ilíacos, joelhos e
tornozelos.
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Indivíduos que desenvolvem atividades esportivas sujeitam as
estruturas de seu aparelho locomotor a micro-traumas constantes,
levando-as a um desgaste precoce e a desequilíbrio importante entre
si, com comprometimento do eixo cranêo-coluna
vertebral-bacia-pernas-pés. Esses estados patológicos podem evoluir
para estados de hiperexcitabilidade neuro-muscular, além de alterações
no metabolismo glicídico, com tendências a crises de hipoglicemia e ao
excesso de peso. A lentidão no processo de recuperação de sequelas
orgânicas traduzem um importante carência em oligoelementos
específicos. Essas situações são abordadas com sucesso pela
oligoterapia catalítica.
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A atividade física também aumenta a produção de radicais livres e os
mecanismos envolvidos na sua detoxificação são bem conhecidos.
Oligoelementos específicos apresentam a capacidade de ativar as
reações bioquímicas que culminarão na sua normalização, aumentando o
potencial de defesa orgânica no combate ao estresse oxidatívo,
principalmente se associados à ingestão de antioxidantes. A eliminação
dos catabólitos envolve dois problemas principais: a amônia e os
radicais livres. No primeiro caso, o acido glutâmico é essencial.
Igualmente, a metionina, transportadora de enxofre, sendo percursora
direta da cisteína e taurina, é o elemento chave na neutralização dos
radicais livres; o seu perfeito desempenho dependa da presença de
magnésio para a produção de carnitina e colina. Outras passagens
metabólicas exigem as vitaminas B12 e B6 como enzimas catalisadoras.
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Enfocando-se esses indivíduos como um todo, é fácil compreender o
papel da alimentação na manutenção da atividade físico-psíquica e
prevenção da depleção de reservas vitamínicas, minerais e aminoácidos.
Os principais pontos a serem abordados são: digestão, produção de
energia e eliminação de toxinas.
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Sendo a produção de energia o objeto de nosso estudo, sabemos que a
célula forma anidrido carbônico e água a partir de glicose, ácido
graxos e aminoácidos, com produção de ATP, o qual fornece energia
instantânea para contração muscular. Essa cascata metabólica que
necessita vitaminas e sais minerais como catalisadores enzimáticos,
pode ocorrer segundo três vias principais: a fosforilação oxidativa, a
glicolise anaeróbia e a aeróbia, cada uma delas com suas
características específicas à quantidade de energia produzida,
substrato energético utilizado, produtos catabólicos resultantes e
tipo de movimento durante os quais serão desencadeadas. Por exemplo,
os ácidos pirúvico e acético são indispensável para o funcionamento do
ciclo de Krebs na via aeróbica, sendo que a glicolese e a β-oxidação
dos ácidos graxos devem estar perfeitamente equilibradas entre si.
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O aspecto psíquico não deve ser menosprezado, porque, além da força,
da velocidade e agilidade, o atleta deve receber apoio psicológico no
sentido de:
- incremento da imagem e confiança
em si mesmo;
- incremento do relaxamento e
redução da tensão nos períodos pré, per e pós competição;
- incremento da concentração; e
- diminuição da sua sensibilidade
à dor.
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Os atletas constituem uma população de risco em relação às
deficiências em oligoelementos, apesar da alimentação em geral mais
equilibrada e natural.
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Globalmente, os elementos mais suscetíveis de carência são os mesmos
que para os indivíduos sedentários, porém, as necessidades específicas
devem ser prevenidas e suplementadas, uma vez que elas limitam a
performance e podem comprometer a saúde do atleta.
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Dr. Miguel Naveira
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Para um bom condicionamento físico, se faz necessário a associação de
três qualidades físicas específicas: força muscular,
capacidade
aeróbica e flexibilidade. Esta última, tem por finalidade manter todo
o sistema muscular funcional, tanto na execução dos movimentos como
também na sua amplitude. Um movimento amplo facilitará a vida diária
de qualquer indivíduo independente de raça ou faixa etária, seja na
execução de tarefas cotidianas ou em suas atividades profissionais.
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Segundo Komi (1992), o processo de envelhecimento orgânico acarreta
redução da retenção hídrica e glicosaminoglicanas, com consequente
aproximação das fibras musculares e encurtamento muscular. Além disso,
ocorre diminuição do suprimento sanguíneo capilar resultando em
prejuízo da capacidade de cicatrização - Johannsen, 1995. O
encurtamento muscular pode causar desequilíbrio muscular que
dependendo do grau em que se encontra gera desconforto e dor muscular.
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Cantu & Grodin (1993) descreveram uma reação em cadeia de encurtamento
miofascial, provocada pelo desequilíbrio postural. Verificaram que
indivíduos sedentários, costumam manter a coluna cervical fletida,
diminuindo a lordose cervical. Isto provoca um mecanismo de
compensação, estendendo o Atlas para manter os olhos na posição
horizontal, com consequente encurtamento da musculatura occipital e do
trapézio superior. Esses indivíduos invariavelmente apresentam
cervicalgia, desconforto muscular, cefaléia e uncoartrose com déficit
da mobilidade da região cervical.
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Em relação aos atletas, os estudos de Cole et al (1996), demonstraram
que uma tendinite no ombro do nadador pode originar um desequilíbrio
muscular em outras regiões do corpo.
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O sistema muscular acometido de encurtamento ou insuficiência de
flexibilidade enfraquece o tecido, assim como aumenta as ligações
cruzadas do tecido colágeno (Bienfait, 1993) com consequente
instabilidade do sistema músculo-articular, desestabilização postural,
compressão das fibras nervosas, utilização de fibras musculares
compensatórias e aumento da incidência de câimbras.
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Programas de flexibilidade aplicados à população devem responder às
necessidades de flexibilidade das pessoas de acordo com as exigências
de trabalho com o objetivo de evitar e/ou eliminar encurtamentos
musculares e lesões decorrentes da atividade de trabalho ou física,
assim como aliviar as tensões musculares em geral.
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Em qualquer situação, atletas ou não atletas devem atentar para as
posturas cotidianas e para as ações motoras, procurando impedir o
encurtamento muscular. Os exercícios de alongamento são fundamentais
para a profilaxia e o tratamento de encurtamento músculo-tendíneo. os
grupos músculo-articulares acometidos de encurtamento precisam de
longo tempo de permanência em alongamento, ultrapassando o limite
elástico dos tecidos para suprimir o encurtamento. Os exercícios
precisam, portanto, apresentar funcionalidade geral e específica.
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É, portanto, de grande importância a inclusão de sessões de
alongamento na vida cotidiana de qualquer pessoa, esportista ou não,
com o objetivo de manter a amplitude dos movimentos, gerando um
equilíbrio harmônico entre os diversos grupos musculares.
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Este artigo não
pretende a prescrição ou indicação de medicamentos. Se você
apresenta algum dos sintomas citados procure um Médico pois nada
substitui uma consulta com um Médico especializado, pois tanto
para a mulher como para o homem, a avaliação Médica e
especialmente a Terapia Ortomolecular tem que ser individualizada
e só deve ser prescrita por Médico Especialista, e que para se ter
uma base do que se vai indicar para um paciente é necessário fazer
uma minuciosa anamnese clínica, avaliar o estado psico-emocional
do paciente e fazer um estudo pormenorizado com exames
laboratoriais, inclusive Ortomoleculares como o Teste do Cabelo (Mineralograma) e
outros através de sangue, urina e fezes. |
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