.
O princípio "Deixe o alimento ser teu remédio e o remédio ser teu
alimento", exposto por Hipócrates aproximadamente 2.500 anos atrás,
está recebendo um interesse renovado. Em particular, tem havido uma
explosão do interesse dos consumidores no papel de alimentos
específicos ou componentes alimentares ativos fisiologicamente, os
supostos alimentos funcionais de melhorar a saúde.
.
"Comer bem é uma arte que só se leva a perfeição quando se protege a
saúde."
.
Obviamente, todos os alimentos são funcionais, por proporcionarem
sabor, aroma ou valor nutritivo. Durante a última década, entretanto,
o termo funcional como aplicado aos alimentos tem adotado uma
conotação diferente, que é a de proporcionar um benefício fisiológico
adicional além daquele de satisfazer as necessidades nutricionais
básicas.
.
O termo alimentos funcionais foi primeiramente introduzido no Japão em
meados dos anos 80 e se refere aos alimentos processados contendo
ingredientes que auxiliam funções específicas do corpo além de serem
nutritivos. Até esta data, o Japão é o único país que formulou um
processo de regulação específico para os alimentos funcionais.
Conhecidos pela denominação de "Foods for Specified Health Use" (FOSHU).
A tradução da expressão para o português é
Alimentos Funcionais ou Nutracêuticos. Esses alimentos são qualificados e trazem um selo de
aprovação do Ministério de Saúde e Previdência Social japonês.
Atualmente, 100 produtos estão licenciados como alimentos FOSHU no
Japão.
.
Nos Estados Unidos, a categoria de alimentos funcionais não é
reconhecida legalmente. Independente disto, muitas organizações têm
proposto definições para esta nova e emergente área da ciência dos
alimentos e nutrição. O Comitê de Alimentos e Nutrição do Institute of
Medicine definiu alimentos funcionais como "qualquer alimento ou
ingrediente que possa proporcionar um benefício à saúde além dos
nutrientes tradicionais que ele contêm". As novas gerações mais
preocupadas com a saúde têm feito dos alimentos funcionais o carro
mestre da indústria alimentícia dos EUA. Entretanto, as estimativas da
magnitude deste mercado variam significativamente, como não há
consenso no que constitui um alimento funcional. A Decision Resources,
Inc. estima o valor de mercado dos alimentos funcionais em 28,9
bilhões de dólares. Mais significativo, talvez, é o potencial dos
alimentos funcionais de mitigar doenças, promover a saúde e reduzir os
custos da assistência à saúde.
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Com o aumento da expectativa de vida dos brasileiros e ao mesmo tempo
o crescente aparecimento de doenças crônicas como
obesidade,
aterosclerose, hipertensão, osteoporose, diabetes e câncer, está
havendo uma preocupação maior, por parte da população e dos órgãos
públicos de saúde, com a alimentação.
.
Hábitos alimentares adequados como o consumo de alimentos pobres em
gorduras saturadas e ricos em fibras presentes em frutas, legumes,
verduras e cereais integrais, juntamente com um estilo de vida
saudável (exercícios físicos regulares, ausência de fumo e moderação
no álcool) passam a ser peça chave na diminuição do risco de doenças e
na promoção de qualidade de vida, desde a infância até o
envelhecimento.
.
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), alimentos
funcionais são aqueles que produzem efeitos metabólicos ou
fisiológicos através da atuação de um nutriente ou não nutriente no
crescimento, desenvolvimento, manutenção e em outras funções normais
do organismo humano.
.
De acordo com a ANVISA, o alimento ou ingrediente que alegar
propriedades funcionais, além de atuar em funções nutricionais
básicas,
irá desencadear efeitos benéficos à saúde e deverá ser também seguro
para o consumo sem supervisão médica.
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O surgimento recente desses novos produtos que trazem um "algo mais",
além dos nutrientes já conhecidos, teve influência de fatores como: os
altos custos com o tratamento de doenças, o avanço nos conhecimentos
mostrando a relação entre a alimentação e o binômio saúde/doença e os
interesses econômicos da indústria de alimentos.
.
É importante salientar que antes do produto ser liberado para o
consumo deve obter registro no Ministério da Saúde e, para isso,
precisa demonstrar sua eficácia e sua segurança de uso. O fabricante
deve apresentar provas científicas comprovando se a alegação das
propriedades funcionais referidas no rótulo são verdadeiras e se o
consumo do produto em questão não implica em risco e sim, em benefício
à saúde da população. Lembrando ainda que as alegações podem fazer
referências à manutenção geral da saúde, à redução de risco mas não à
cura de doenças.
.
As propriedades relacionadas à saúde dos alimentos funcionais podem
ser provenientes de constituintes normais desses alimentos como no
caso das fibras e dos antioxidantes (vitamina E, C, betacaroteno)
presentes em frutas, verduras, legumes e cereais integrais ou através
da adição de ingredientes que modifiquem suas propriedades originais
exemplificada por vários produtos industrializados, tais como: leite
fermentado, biscoitos vitaminados, cereais matinais ricos em fibras,
leites enriquecidos com minerais ou ácido graxo Ômega 3.
.
Um ponto que vale a pena ser comentado, é o fato de alguns alimentos
industrializados possuírem concentrações muito baixas dos componentes
funcionais, sendo necessário o consumo de uma grande quantidade para a
obtenção do efeito positivo mencionado no rótulo. No caso do leite
enriquecido com Ômega 3, por exemplo, seria mais fácil e vantajoso, o
consumidor continuar ingerindo o leite convencional e optar pela fonte
natural de Ômega 3 que é o peixe. Primeiro, porque normalmente os
produtos industrializados com ação funcional são mais caros, segundo
pois o peixe tem outros nutrientes importantes a oferecer como
proteínas de boa qualidade, vitaminas e minerais. Portanto, o produto
contendo a substância funcional não substitui por completo, o alimento
de onde foi retirado tal composto, uma vez que apresenta apenas uma
característica deste.
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Ainda em relação aos produtos industrializados com caráter funcional,
é importante esclarecer que o simples consumo desse tipo de alimento,
com a finalidade de obter um menor risco para o desenvolvimento de
doenças, não atingirá o objetivo proposto se não for associado a um
estilo de vida saudável levando em consideração principalmente, a
alimentação e a atividade física.
.
Na tabela abaixo, estão descritos alguns exemplos de compostos
presentes nos alimentos funcionais e seus respectivos benefícios à
saúde:
Compostos |
Ações no
Organismo |
Fontes
Alimentares |
Betacaroteno |
Antioxidante
que diminui o risco de câncer e de doenças cardiovasculares. |
Abóbora,
cenoura, mamão, manga, damasco, espinafre, couve. |
Licopeno |
Antioxidante
relacionado à diminuição do risco de câncer de próstata. |
Tomate. |
Fibras |
Redução do
risco ao câncer de intestino e dos níveis de colesterol
sangüíneo. |
Frutas,
legumes e verduras em geral e cereais integrais. |
Flavonóides |
Antioxidantes
que diminuem o risco de câncer e de doenças cardiovasculares. |
Suco natural
de uva, vinho tinto. |
Isoflavonas |
Redução dos
níveis de colesterol sangüíneo e do risco de doenças
cardiovasculares. |
Soja. |
Ácido graxo
Ômega 3 |
Redução dos
níveis de colesterol sangüíneo e do risco de doenças
cardiovasculares. |
Peixes, óleo
de peixes. |
Pró-bióticos |
Ajudam no
equilíbrio da flora intestinal e inibem o crescimento de
microrganismos patogênicos. |
Iogurtes,
leite fermentado. |
|
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Por fim, uma alimentação equilibrada e variada incluindo, diariamente,
alimentos de todos os grupos na proporção correta já fornece alimentos
com propriedades funcionais naturais, sendo desnecessária a aquisição
de produtos funcionais industrializados normalmente com custo mais
elevado para obter os nutrientes essenciais e os benefícios à saúde.
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Os alimentos funcionais tem invadido o mercado, pois além da função
original de nutrição, eles prometem também ajudar na prevenção e
tratamento de doenças, como se fossem remédios. Esses alimentos,
enriquecidos de vitaminas, sais minerais, ácidos etc., são a nova
tendência do mercado alimentício. Nos Estados Unidos, esse mercado
movimenta cerca de 15 bilhões de dólares por ano.
.
No Brasil, são vários os produtos que tentam agregar um valor
nutricional maior aos alimentos. Já está sendo produzindo, em caráter
experimental, um amido de milho que agrega aveia, cevada, arroz e
milho, vitaminas e ferro. Algumas marcas de leite incluem em sua
composição o ferro, que ajuda no tratamento da anemia, principalmente
entre crianças e idosos, além de várias vitaminas com funções diversas
e até um ácido chamado Ômega-3, que ajuda no controle do colesterol
prevenindo doenças cardiovasculares.
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Também os ovos já estão vindo enriquecidos com o
Ômega-3 e com 40% a
menos de colesterol, podendo ser ingeridos mesmo por quem possui
níveis mais altos de colesterol.
.
Até as margarinas já entraram na luta contra o colesterol. Composta de
Sitostanol, uma
margarina finlandesa promete reduzir
significativamente o colesterol em poucas semanas com uma maragrina e
bebidads lácteas de nome "Benecol", desde que seja consumida uma
colher e meia dessa margarina ou uma determinada quantidade do
"iogurte", diariamente.
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Os pães enriquecidos com fibras, além de ajudar no funcionamento do i ntestino,
também influem na redução do colesterol e podem ser úteis até na dieta
dos diabéticos, já que as fibras ajudam a retardar a absorção dos
açúcares.
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Mas, é preciso observar que apesar de representarem um grande avanço
na área nutricional, os alimentos funcionais não realizam milagres.
Para atingir a meta do consumo recomendado de fibras, que é de 30
gramas por dia, seria preciso ingerir aproximadamente 1 quilo de pão
enriquecido com fibras. Seria necessário beber de um a dois litros de
leite enriquecido com Ômega-3 por dia para conseguir ingerir a
quantidade equivalente ao consumo diário mínimo dessa substância.
Noventa por cento dos lactobacilos vivos encontrados nos iogurtes que
prometem a recomposição da flora intestinal morrem antes de chegar lá,
pois não resistem ao ácido gástrico no estômago. É certo que esses
alimentos ajudam, mas só isso.
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Na verdade é bom que o consumidor não dispense e sequer substitua a
alimentação tradicional, realmente saudável, pelos milagres
anunciados. Nada se compara a uma dieta equilibrada somada com a
prática regular de exercícios físicos.
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É certo que, aliados a esses fatores, os alimentos enriquecidos podem
ser úteis, mas não trarão resultado se forem o único ou o
preponderante recurso alimentar usado pelo consumidor.
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Seguindo uma tendência mundial, toma impulso no Brasil um novo
conceito de nutrição segundo o qual os alimentos não servem apenas
para matar a fome e fornecer energia ao organismo. mas precisam
igualmente contribuir para melhorar a saúde das pessoas. São os
chamados alimentos funcionais em cuja composição entraram substâncias
capazes de reduzir os riscos de doenças e alterar funções do corpo
humano. Vejamos algumas dessas substâncias
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Ômega 3, Ômega 6 - Ômegas são gorduras extraídas de peixes de água fila e vegetais que
ajudam a reduzir os níveis de colesterol no sangue e controlar a
pressão arterial- principais fatores de risco para as doenças do
coração.
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Fibras - As fibras retardam o processo de absorção dos alimentos no estômago
ajudando a regular as funções intestinais e a reduzir o colesterol.
Nos diabéticos, podem retardar a absorção de açúcar pelo organismo.
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Ferro - Recomendado contra a anemia, sobretudo entre crianças e idosos. A
deficiência de ferro atinge cerca de 2 bilhões de pessoas: de cada 10
crianças brasileiras com menos de 5 anos, seis sofrem de carência do
mineral.
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Gordura Vegetal - A gordura vegetal é recomendada para baixar os níveis de colesterol e
prevenir a arteriosclerose. Ë encontrada sobretudo nos óleos de
girassol, canola e soja.
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As propriedades benéficas decorrem de substâncias presentes nos
alimentos, que possuem ação específica sobre determinados processos
fisiológicos ou bioquímicos do organismo humano. Como exemplo, veja-se
o caso dos hormônios femininos Estrogênio e Progesterona, associados
com o sistema reprodutor feminino.
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Os hormônios atuam no organismo através de ligações semelhantes a
conexões elétricas. A “tomada” no organismo é chamada de receptor,
sendo proteínas existentes nos órgãos onde os hormônios devem atuar.
Existem diversos padrões de conexões
entre "plugs"
e tomadas, o que também ocorre entre os hormônios e seus receptores.
Apenas quando a conexão é perfeita o hormônio manifesta sua ação. Por
exemplo, no caso dos Estrógenos, as células do útero, do ovário, da
mama e de outros órgãos possuem proteínas receptoras, onde o hormônio
se liga, a fim de poder cumprir sua função bioquímica ou fisiológica.
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Sob determinadas condições, o hormônio causa danos às células, podendo
atingir o DNA. Alterações na estrutura do DNA, à semelhança de
mutações, tem alto potencial carcinogênico. Dessa maneira, proteínas
estruturalmente e funcionalmente diferentes podem ser expressas,
afetando as respostas celulares, como a do receptor hormonal. Existem
substâncias, como as Isoflavonas, que se assemelham, estruturalmente,
aos hormônios e podem se ligar aos receptores. Assim, existem
estrogênios “fracos” que se ligam aos receptores hormonais e, como
possuem baixa atividade, seu efeito sobre o código genético é nulo.
Por exemplo, alimentos que contenham em sua composição linhaça ou soja
possuem esse efeito, o que lhes confere a propriedade de prevenir
determinados tipos de tumores malignos.
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Climatério e Menopausa:
Quando seus ovários reduzem a produção de Estrógenos e Progesterona,
as mulheres ingressam no climatério, período em que os ciclos
menstruais ficam irregulares até cessarem completamente. Ao cessar a
menstruação, as mulheres entram na Menopausa. Os sintomas nesse
período é caracterizado por sensações desconfortáveis, como os
“fogachos”, que são ondas de calor, acompanhadas de sudorese, que
podem durar até 30 minutos. Também surgem suores noturnos, ressecamento da vagina, diminuição da libido (desejo sexual),
incontinência urinária, dores de cabeça, alterações da pele e cabelos,
insônia, cansaço, obesidade, redução da massa óssea (osteoporose),
perda de massa muscular, entre outros. Os sintomas físicos podem ser
acompanhados de lapsos de memória, nervosismo, irritação, depressão,
ansiedade, tensão e mau humor. Embora o climatério seja um processo
normal, pelo qual todas as mulheres passam, os sintomas a ele
associados demandaram muitos estudos para a melhoria da qualidade de
vida das mulheres durante o climatério e a menopausa. Existem diversos
alimentos que reduzem o desconforto causado por esses processos, sendo
a Soja o mais importante deles.
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AVEIA
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Há agora uma concordância científica significativa de que o consumo
deste alimento vegetal em particular pode reduzir o
colesterol total e
a lipoproteína de baixa densidade (LDL), desse modo reduzindo o risco
de doenças cardíacas coronarianas. Por isso, o Food and Drug
Administration (FDA) outorgou o primeiro alimento específico com
alegação de promoção de saúde em janeiro de 1997 (DHHS/FDA, 1997), em
resposta a uma petição submetida pela Quaker Oats Company (Chicago,
EUA).
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Em sua petição de alegação de promoção de saúde, a Quaker Oats Company
sintetizou 37 ensaios de intervenção clínica em humanos conduzidos
entre 1980 e 1995. A maioria destes estudos revelou reduções
estatisticamente significativas no colesterol total e LDL em pessoas
com hipercolesterolemia que consumiram ou uma dieta americana típica
ou uma dieta com baixo teor em gorduras. A quantidade diária de farelo
ou farinha de aveia consumida nos estudos acima variou de 34 g a 123g.
A Quaker Oats determinou que 3 gramas de betaglucan seria necessário
para alcançar uma redução de 5% do colesterol no plasma, uma
quantidade equivalente a aproximadamente 60 g de farinha de aveia ou
40 g de farelo de aveia (peso bruto). Assim, um alimento que traga uma
alegação de promoção de saúde deve conter 13 g de farelo de aveia [oat
bran] ou 20 g de farinha de aveia [oatmeal], e proporcionar, sem
enriquecimento, pelo menos 1 grama de betaglucan por porção. Em
fevereiro de 1998, a alegação de promoção de saúde das fibras solúveis
foi ampliada para incluir a fibra Psyllium.
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SOJA
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A soja tem estado na berlinda durante os anos 90. A soja não apenas é
uma proteína de alta qualidade, conforme avaliação pelo
método "Escore
de Aminoácidos Corregido pela Digestibilidade Protéica" (Protein
Digestibility Corrected Amino Acid Score) do FDA, mas agora tem se
pensado que ela desempenha um papel preventivo e terapêutico na doença
cardiovascular (DCV), câncer, osteoporose e o alívio dos sintomas da
menopausa.
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O efeito da soja em diminuir o colesterol é o efeito fisiológico mais
bem documentado. Uma meta-análise de 1995 de 38 estudos diferentes
(envolvendo 743 pessoas) descobriu que o consumo da proteína da soja
resultou em reduções significativas no colesterol total (9,3%),
LDL-colesterol (12,9%) e Triglicerídeos (10,5%), com um pequeno porém
insignificante aumento (2,4%) da proteína de alta-densidade (HDL).
Análise de regressão linear indicou que o nível limiar de ingestão de
soja no qual os efeitos sobre os lipídeos do sangue se tornaram
significativos foi de 25 g. No que se refere ao componente específico
responsável pelo efeito da soja em diminuir o colesterol, recentemente
tem se dado atenção as Isoflavonas. O mecanismo exato pelo qual a soja
exerce seu efeito hipocolesterolêmico (baixar o colesterol) não foi
completamente elucidado.
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As Isoflavonas são moléculas com o núcleo semelhantes à flavona
(também presente nos bioflavonóides) e guardam semelhança química
significativa entre si. As mais estudadas até agora são:
- Genisteína;
- Daidzeína;
- Gliciteína;
- Equol;
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Por apresentarem estrutura química muito parecida, exercem ações
farmacológicas semelhantes, variando quanto à potência dos efeitos. O
reino vegetal é a origem dessas substâncias, sendo que a soja é a
espécie que, até agora, demonstrou ser mais concentrada em Isoflavonas.
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Ações Farmacológicas e Biológicas:
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1) Atividade Estrogênica: Logo de início, a semelhança química entre
as Isoflavonas e o núcleo do Estradiol (o HORMÔNIO FEMININO), sugere
que estes fitocompostos possam exercer atividade estrogênica. De fato,
tal suposição foi confirmada através de inúmeros trabalhos realizados
e publicados com esses produtos hoje chamados de fitoesteróides (em
função de sua origem vegetal). Tais estudos, atualmente, visam mais
estabelecer um grau de comparação entre a potência dos fitoesteróides
do que comprovar seus efeitos, já mais do que corroborados. Sabe-se
que a genisteína tem um milésimo da potência hormonal quando comparada
ao estradiol. O que fica patente em toda a literatura disponível sobre
as Isoflavonas, especialmente a genisteína, é que possuem discreta
ação hormonal estrogênica e que esse potencial pode ser benéfico à
terapêutica de situações como o início da menopausa, onde os
estrogênios começam a diminuir acentuadamente.
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2) Inibição do Câncer: Muito do que tem se falado sobre a atividade anticancerígena das Isoflavonas se explica pela atividade estrogênica
fraca dos produtos. Cientistas da Universidade de Illinois, EUA,
esclarecem que ao se ligarem nos receptores estrogênicos a genisteína
(e outras Isoflavonas ativas) impede a ligação dos hormônios
originais, que são muito mais potentes e proliferativos, pois:
- Os estrogênicos fracos também possuem atividade antiestrogênica;
- O Tamoxifeno, usado na terapia anticâncer da mama, tem a estrutura
relacionada com os fitoestrogênios
- Vegetarianas, que podem ter menos risco de certos tipos de câncer,
excretam níveis mais altos de fitoestrogênios".
A par de vários trabalhos que demonstram inibição do câncer e
retardamento em seu desenvolvimento, que demonstram ser a atividade
anticancerígena da genisteína relativa à competição que essa exerce
com os estrogênios verdadeiros, provou-se que essa Isoflavona inibe o
desenvolvimento de câncer também em células não dotadas de receptores
estrogênicos. Se a princípio esse achado complicou ainda mais o
estudos com as Isoflavonas, a seguir as investigações levaram à
descoberta de outros mecanismos de ação anticancerígena:
- Inibição da enzima Proteína Tirosina-quinase (PTK);
- Inibição da enzima DNA Topoisomerase
II;
- Controle da diferenciação
celular;
- Inibição da produção de espécies reativas do oxigênio (Radicais
Livres).
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3) Efeitos sobre o Colesterol: Talvez esse lado preventivo das Isoflavonas tenha sido o mais discutido nos últimos 2 anos e por aí
tenha se consolidado o termo Nutraceutical (Nutracêutico)- alimento
terapêutico. Com efeito, as evidências de que as Isoflavonas, em
especial a genisteína da soja, reduzem os níveis de colesterol total
sanguíneo são tantas que tal efeito é atualmente informado ao
consumidor, através dos rótulos dos alimentos, conforme autorização da
Food and Drug Administration (FDA) - órgão do governo americano
conhecido pela rigidez e austeridade científica. Muitos estudos
apontam para conclusões que têm sido unânimes: as Isoflavonas diminuem
os níveis de colesterol total, diminuem a fração LDL e aumentam a
fração HDL no sangue. São os efeitos mais esperados de uma droga ou
nutriente para o tratamento das dislipidemias, especialmente nos
pacientes que têm história familiar. Porém, há um estudo efetuado com
macacos na Bowman Gray School of Medicine, Wiston-Salem, NC - USA,
evidenciaram marcante efeito protetor das Isoflavonas no que tange à
doença vascular obstrutiva. Os níveis de colesterol total e LDL nos
animais alimentados com extrato de soja com Isoflavonas foram
impressionantemente menores do que o grupo com caseína. Os níveis de
HDL no grupo com soja foram, também, muito superiores no grupo com
Isoflavonas. Mais impressionantes ainda foram as medidas post mortem
dos níveis de ateroesclerose: os animais do grupo com Isoflavonas,
após as autópsias, mostraram artérias saudáveis ou com níveis mínimos
de lesão endotelial, quando comparados ao grupo com caseína.
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4) Efeitos sobre a Osteoporose: Nesse campo ainda não há consenso
total, mas vários autores e respectivas pesquisas mostraram que as Isoflavonas ajudam na manutenção da massa óssea e até ganho percentual
(2,2%).
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Indicações e Aplicações:
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É muito claro o crescimento dos Nutracêuticos na medicina preventiva.
Nos estudos com as Isoflavonas, já muito numerosos a esta altura,
ficaram evidenciadas as seguintes aplicações:
Na área cardiovascular - a mais cogitada, em função da evidência das
pesquisas. As Isoflavonas se consolidam como redutoras do colesterol e
LDL e pela proteção ao endotélio vascular (neutralizam Radicais
Livres).
Na endocrinologia e ginecologia - as Isoflavonas da soja provaram sua
utilidade como estrógenos fracos, exibindo discreta ação hormonal,
competindo com os estrogênios para diminuir o risco proliferativo na
mama. Com relação à menopausa, as Isoflavonas reduzem os seus sintomas
clássicos.
No câncer - há pesquisas que mostram haver outros mecanismos além dos ERs (Estrogen Response) na inibição do desenvolvimento de tumores.
Esses outros mecanismos são a inibição de enzimas como as PTKs e DNAt.
Na osteoporose - manutenção e ganho de massa óssea (2,2%, após 6
meses) também foram constatados.
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OUTROS ALIMENTOS FUNCIONAIS PROVENIENTES DE FONTES VEGETAIS:
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LINHAÇA
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A linhaça nada mais é que a semente do linho (Linum usitatissimum),
de cor marrom escura, cujas
propriedades
nutritivas e terapêuticas são secularmente conhecidas. Na cozinha,
entra na composição de receitas de pães, bolos e assemelhadas. As
propriedades mais conhecidas do óleo de linhaça são a regularização
do
funcionamento do intestino, em especial no tratamento da prisão de
ventre e na revitalização da pele.
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Possui alta concentração do ácido graxo α-linolênico (cerca de 60%),
que pertence ao grupo Ômega-3, e de lignana, uma fibra útil no
processo digestivo. Na linhaça, estão presentes diversas substâncias
com efeito benéfico, como β-caroteno, vitamina E, glicosídios,
linamarina, taninos e mucilagem. De sua fração lipídica, constam os
ácidos graxos cis-linoléico, oléico, palmítico, γ-linoléico e
esteárico. Também é encontrado o ácido α-linoléico que, além de ser
reserva e fonte de energia, é vital para a formação do tecido nervoso,
atuando também na regulação da pressão arterial e da freqüência
cardíaca. Auxilia na coagulação sanguínea, no metabolismo dos ácidos
graxos, além de ativar o sistema imunológico do organismo e reduzir a
taxa de LDL-colesterol do sangue.
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A linhaça fortalece unhas, dentes e ossos e torna a pele mais
saudável. Possui ação antioxidante e efeito terapêutico em distúrbios
do cólon, do sistema urinário, da próstata e em desordens menstruais.
Também é utilizada para o tratamento de infecções (urinária, psoríase),
distúrbios imunológicos (lupus), alergias e eczema, artrite reumatóide,
aterosclerose, auxilia no tratamento da asma e do diabetes, e atenua a
formação de radicais livres pelo stress.
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No intestino dos mamíferos são sintetizados o Enterodiol e a
Enterolactona, através de bactérias que utilizam a Lignana presente
nos alimentos. Ambas as substâncias são similares aos estrógenos e
possuem atividade hormonal fraca e ação anti-estrogênica, manifestando
ação anti-oncogênica (mama, próstata, endométrio). A associação da
linhaça com uma dieta de baixa concentração de lipídios demonstrou ser
efetiva na diminuição da divisão celular e no aumento da taxa de
mortalidade de células malignas de pacientes com câncer da próstata,
de acordo com pesquisa do Centro Médico da Universidade Duke (Durham-NC,
EUA).
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Entre os principais óleos extraídos de sementes, o óleo de linhaça
contém o maior conteúdo (57%) do ácido graxo Ômega-3, um ácido
a-linolênico. As pesquisas atuais, todavia, têm se concentrado mais
especificamente nos compostos associados a fibras conhecidos como
lignanas. As duas lignanas primárias de mamíferos, enterodiol e seu
produto oxidado, enterolactona, são formadas no trato intestinal pela
ação bacteriana sobre precursores da lignana vegetal. A linhaça é a
fonte mais rica de precursores de lignana de mamíferos. Devido ao fato
que o enterodiol e a enterolactona são estruturalmente similares tanto
aos estrogênios sintéticos como aos de ocorrência natural, e porque
vem sendo mostrado que eles possuem atividades estrogênica fraca e
anti-estrogênica, eles podem desempenhar um papel na prevenção de
cânceres dependentes de estrogênios. Entretanto, não há nenhum dado
epidemiológico e relativamente poucos estudos com animais para apoiar
esta hipótese. Em roedores, a linhaça demonstrou diminuir tumores do
cólon e da glândula mamária.
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Um número menor de estudos tem avaliado os efeitos da alimentação com
linhaça sobre marcadores de risco para câncer em humanos. Na década de
90, cientistas demonstraram que a ingestão de 10 g de linhaça por dia
desencadeou diversas mudanças hormonais associadas com a redução do
risco de câncer de mama. A excreção urinária de lignana é
significativamente menor em pacientes pós-menopausa com câncer de mama
quando comparadas com controles que se alimentavam com uma dieta
normal variada ou uma dieta lactovegetariana.
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Também tem se demonstrado que o consumo de linhaça pode reduzir o
colesterol total e o LDL, bem como agregação plaquetária.
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TOMATE
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Selecionado pela revista Eating Well como o Vegetal do Ano em 1997, o
tomate vem recebendo uma atenção significativa nos
últimos três anos
por causa do interesse no Licopeno, o carotenóide primário encontrado
nesta fruta, e seu papel na redução do risco de câncer.
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O Licopeno tem se mostrado uma substância de muita importância na
nutrição humana. Estudos sobre este elemento têm demonstrado que ele
exerce efeito positivo na resistência aos raios ultravioletas e
prevenção de doenças do coração e do câncer, principalmente o de
próstata, pulmão e estômago.
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Recentes estudos sugerem que o Licopeno, uma substância presente em
abundância no tomate, seja responsável pela proteção contra doenças
cardíacas e câncer, especialmente de próstata, cólon e reto.
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O Licopeno é um carotenóide que está mais concentrado nos tomates, mas
ele só é bem absorvido pelo organismo quando cozido (o calor rompe as
paredes das células e libera o Licopeno de uma matriz de proteínas e
fibras). Dessa forma, as melhores fontes são molhos e sucos de tomate.
O suco é uma importante fonte de Licopeno, se aquecido, como ocorre
quando engarrafado ou enlatado.
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Sabe-se, também, que tomates que amadurecem no pé são mais ricos em
Licopeno do que os amadurecidos depois de colhidos. Outras boas fontes
de Licopeno são os melões, cidras e, em menor quantidade, lagostas e
caranguejos, que dá a cor avermelhada a estes quando cozidos.
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Os supostos benefícios que o Licopeno trazem à saúde podem ser
considerados a partir do consumo diário de ½ litro de suco de tomate.
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O Licopeno ingerido é armazenado no fígado, pulmões, próstata, cólon e
pele. Sua capacidade de concentrar-se nos tecidos tende a ser mais
alta do que a dos outros carotenóides. Outros estudos que vêm sendo
realizados em vários centros de pesquisa sugerem que o Licopeno pode,
ainda, reduzir o risco de degeneração macular (dos olhos) e de
oxidação de lípidios séricos (do sangue).
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É preciso considerar que muitos outros componentes potencialmente
benéficos que estão presentes nos tomates, bem como em outros frutos e
vegetais, ainda necessitam de maiores estudos para que se possa
afirmar com certeza que possuem propriedades anticancerígenas.
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Vários estudos recentes mostraram que uma dieta rica em tomates e seus
derivados está intrinsecamente ligada à redução de certos tipos de
câncer e pode, na verdade, ajudar a prevenir câncer de próstata. O
Prof. Omer Kucuk professor de medicina e oncologia e colegas do
Karmanos Cancer Institute em Detroit, Mich., avaliaram o efeito que o
Licopeno em cápsulas teve em pacientes com câncer de próstata.
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O estudo mostrou que os pacientes que tomaram suplementos de Licopeno
tiveram tumores menores, que ficaram confinados à próstata. Os níveis
de APE de soro (Antígeno de Próstata Específico, um indicador usado
para detectar câncer de próstata) diminuíram nos paciente que
receberam Licopeno na forma de extrato de tomate. Além disso, os
tumores nos pacientes que consumiram o Licopeno natural mostraram
sinais de regressão e malignidade reduzida.
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O excesso de estresse oxidativo é um fator importante para o início e
desenvolvimento de aterosclerose, câncer, catarata, artrite e outras
doenças degenerativas. A exposição a altos riscos ambientais, tais
como fumo, poluição ou radiação, aumenta o estresse oxidativo para
além da habilidade que o sistema de defesa do organismo tem para
enfrentá-lo. O mecanismo que nos protege contra os radicais livres
enfraquece com a idade. Portanto, os idosos, os fumantes e aqueles
expostos a perigos ambientais, são mais vulneráveis a doenças
degenerativas.
.
Várias pesquisas apontam para o tomate como importante aliado na
prevenção de doenças cardíacas e de vários tipos de câncer,
especialmente de próstata, cólon, reto e bexiga. Um estudo feito pela
Sociedade Americana para a Pesquisa do Câncer mostrou evidências de
que o alto consumo de tomate entre homens com câncer de próstata
reduziu o tamanho do tumor e diminuiu sua velocidade de crescimento.
.
Na verdade, o herói responsável pela função protetora do tomate é um
de seus componentes: o Licopeno. Membro da família dos carotenóides, o
Licopeno é um pigmento que confere a cor avermelhada a frutas e
vegetais como goiaba, melancia e cenoura, agindo como um potente
antioxidante. Os resultados dos estudos estimulam os pesquisadores a
continuar investigando o uso do Licopeno em caráter preventivo e até
mesmo como arma terapêutica para pacientes portadores de câncer, até
que provas definitivas sejam encontradas.
.
Vale a pena ressaltar que esses resultados ainda são preliminares e
que muitos outros pretensos protetores, como o betacaroteno e a
vitamina C, entre outros, não têm ainda suas ações de proteção
confirmadas.
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Além de ser o alimento que contém o mais alto teor de Licopeno, o
tomate apresenta muitas outras propriedades potencialmente benéficas à
saúde. Do ponto de vista medicinal, tem ação diurética e laxativa e
ainda possui pouquíssimas calorias. Entretanto o Licopeno é melhor
absorvido na corrente sangüínea quando cozido; o calor rompe as
paredes das células tornando o Licopeno biodisponível.
.
O Licopeno é encontrado em vários alimentos de cor vermelha como
tomates e seus produtos derivados, por exemplo: molho de tomate,
extrato de tomate e ketchup. É encontrado também na toranja, melancia
e goiaba.
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Num estudo de seis anos de 48.000 profissionais de saúde masculinos, o
Dr. Edward Giovannucci e colegas da Harvard Medical School concluíram
que o consumo de tomates, molho de tomate ou pizza mais que duas vezes
por semana em vez de nunca, estava associado com a redução do risco do
câncer de próstata entre 21 a 34 por cento, dependendo do alimento.
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Um outro estudo publicado no International Journal of Cancer afirmava
que o Licopeno parece proteger contra o câncer da boca, faringe,
esôfago, estômago, colo e reto. Pesquisadores da Universidade de
Illinois informaram que as mulheres com os níveis mais altos de
Licopeno tiveram um risco cinco vezes menor de desenvolver sinais
pré-cancerígenos de câncer cervical que as mulheres com os níveis mais
baixos de Licopeno.
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Graças à sua estrutura química singular única, o Licopeno é o melhor
supressor biológico conhecido de radicais livres, especialmente
aqueles derivados de oxigênio. Descobertas recente indicam que o
Licopeno tem uma participação importante no mecanismo natural que
protege o organismo dos efeitos prejudiciais dos radicais livres, nos
protegendo, desta forma, contra a manifestação de doenças
degenerativas.
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O Licopeno é um antioxidante que pode doar elétrons para suprimir e
neutralizar as moléculas de oxigênio de radicais livres antes que elas
prejudiquem as células. As moléculas de oxigênio de radicais livres
são consideradas fonte de envelhecimento e a causa de várias doenças
degenerativas.
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Apesar de ainda não se saber a taxa ideal de consumo de Licopeno, já é
comprovado que a inclusão de alimentos-fonte, principalmente o tomate
e seus derivados (molho, suco e ketchup) em uma alimentação
equilibrada e completa pode auxiliar muito.
.
Uma dica para favorecer a ação do Licopeno é consumi-lo depois que o
alimento que o contém for submetido ao cozimento, como por exemplo no
molho de tomate. O calor o ativa ainda mais, e o óleo usado na sua
preparação ajuda o organismo a absorvê-lo.
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ALHO
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O alho (Allium sativum) é provavelmente a erva mais amplamente citada
na literatura por propriedades
medicinais. Desse modo, não é uma
surpresa que o alho tenha alcançado o posto de segunda erva mais
vendida nos Estados Unidos nos últimos dois anos. Os benefícios à
saúde propostos para o alho são numerosos, incluindo quimioprevenção
do câncer, propriedades antibióticas, anti-hipertensivas e redutoras
do colesterol.
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O sabor e o odor característico do alho se devem a uma abundância de
elementos hidro e lipossolúveis que contêm enxofre, que também são
provavelmente responsáveis pelos vários efeitos medicinais atribuídos
a esta planta. Entretanto, bulbos intactos de alho contêm somente
alguns dos componentes ativos medicinalmente. O bulbo de alho intacto
contém um aminoácido inodoro, a Alina [alliin], que é convertida
enzimaticamente pela alinase em Alicina quando o dente de alho é
moído. Este último componente é responsável pelo odor característico
do alho fresco. A alicina então espontaneamente se decompõe para
formar numerosos compostos que contêm enxofre, alguns dos quais têm
sido investigados por suas atividades quimiopreventivas.
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Tem sido demonstrado que componentes do alho inibem a tumorgênese em
diversos modelos experimentais. Tem sido demonstrado variações
consideráveis na quantidade dos compostos organossulfurados
disponíveis em alhos in natura e em produtos à base de alho
disponíveis comercialmente.
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Diversos estudos epidemiológicos mostram que o alho pode ser eficaz em
reduzir o risco de câncer em humanos. Uma investigação caso-controle
relativamente grande conduzida na China mostrou uma forte relação
inversa entre o risco de câncer de estômago e o aumento da ingestão de
plantas do gênero Allium. Mais recentemente, em um estudo com mais de
40.000 mulheres pós-menopausa, o consumo de alho foi associado com uma
redução de aproximadamente 50% no risco de câncer de cólon. Uma
revisão mais recente de 20 estudos epidemiológicos sugere que os
vegetais do gênero Allium, incluindo a cebola, podem conferir um
efeito protetor sobre cânceres do trato gastrointestinal.
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Também tem se defendido o uso do alho para a prevenção de doenças
cardiovasculares, possivelmente através de propriedades
anti-hipertensivas. De acordo com Silagy e Neil, todavia, ainda há
evidência insuficiente para recomendá-lo como uma terapia clínica de
rotina para o tratamento de pessoas hipertensas. Os efeitos
cardioprotetores são mais provavelmente devido ao seu efeito de
reduzir o colesterol.
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Pesquisas sugerem ingerir no mínimo 8 gramas/dia de alho, sendo que
que ele nunca deve ser cortado com facas de metal. O melhor é socá-lo
ou usá-lo inteiro (retirando-o depois). O alho também não deve ser
frito até escurecer, pois toma um gosto amargo e cheiro desagradável.
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BRÓCOLIS E OUTROS VEGETAIS CRUCÍFEROS
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Brócolis, Repolho, Couve, Couve-Flor, Couve-de-Bruxelas e
Nabo, são alguns dos vegetais crucíferos e evidências
epidemiológicas
tem associado o consumo freqüente desses vegetais crucíferos com a
diminuição do risco de câncer.
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Em uma revisão recente de 87 estudos caso-controle, demonstraram uma
associação inversa entre o consumo total de vegetais Brassica e o
risco de câncer. A porcentagem dos estudos caso-controle que mostraram
uma associação inversa entre o consumo de repolho, brócolis,
couve-flor e couve-de-Bruxelas e risco de câncer foi de 70, 56, 67 e
29%, respectivamente. Os cientistas atribuiram as propriedades
anti-carcinogênicas dos vegetais crucíferos ao seu conteúdo
relativamente alto de Glicosinolatos.
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Os Glicosinolatos são um grupo de glicosídeos armazenados dentro dos
vacúolos celulares de todos os vegetais crucíferos. A
Mirosinase, uma enzima encontrada em células vegetais, catalisa estes componentes em
uma variedade de produtos hidrolisados, incluindo isotiocianatos e
indoles. O indole-3 carbinol (I3C) está atualmente sob investigação
por suas propriedades quimiopreventivas do câncer, particularmente da
glândula mamária. Além da indução da fase I e II das reações de
desintoxicação, o I3C pode reduzir o risco de câncer por modular o
metabolismo do estrogênio.
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Ainda que tenha sido demonstrado que uma grande variedade de
isotiocianatos de ocorrência natural e sintética previnem câncer em
animais, tem sido dada atenção a um isotiocianato em particular
isolado do Brócolis, conhecido como
Sulforafano. O sulforafano tem
demonstrado ser o principal indutor de um tipo particular de enzima de
fase II, a quinona redutase. Recentemente demonstrou-se que brotos de
brócolis de 3 dias contêm níveis de 10 a 100 vezes maiores de
Glicorafanina (o glicosinolato do sulforafano) que o correspondente
nas plantas maduras.
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FRUTAS CÍTRICAS
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Diversos estudos epidemiológicos têm demonstrado que as frutas
cítricas possuem um efeito protetor contra uma variedade de
cânceres
humanos. Ainda que laranjas, limões, limas e toranjas [grapefruits]
sejam uma das principais fontes de importantes nutrientes como
vitamina C, folato e fibras, pesquisas tem sugerido que outro
componente seja o responsável pela atividade anti-câncer. As frutas
cítricas são particularmente ricas em uma classe de fitoquímicos
conhecida como Limonóides.
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Com o passar da última década foi se acumulando evidência em apoio ao
efeito preventivo do Limoneno contra o câncer, demonstrou que este
composto é eficaz contra uma variedade de tumores de roedores tanto
espontâneos como induzidos quimicamente. Baseado nessas observações, e
porque ele tem pouco ou nenhuma toxicidade em humanos, o Limoneno tem
sido sugerido como um bom candidato para uma avaliação em ensaios
clínicos de quimioprevenção em humanos. Um metabólito do limoneno, o
Álcool Perrilil, está atualmente sendo submetido a fase I de ensaio
clínico em pacientes com tumores malignos avançados.
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OXICOCO (ARANDO, UVA-DO-MONTE) [Cranberry]
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O suco do Oxicoco tem sido reconhecido como eficaz no tratamento de
infecções do trato urinário desde 1914, quando
Blatherwick relatou que
esta fruta rica em ácido benzóico causava acidificação da urina.
Investigações recentes têm se concentrado na capacidade do suco do
Oxicoco em inibir a aderência da bactéria Escherichia coli às células
epiteliais do aparelhos urinário. Este fenômeno tem sido atribuído a
dois componentes: Frutose e um composto polimérico não dialisável.
Descobriu-se que este último componente, subseqüentemente isolado dos
sucos do oxicoco e do fruto do Vacínio [Blueberry] inibe adesinas
presentes nos cílios da superfície de certas E. coli patogênicas
(causadoras de doenças).
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Cento e cinqüenta e três mulheres idosas que consumiram 300 ml por dia
da bebida de Oxicoco tiveram uma incidência significativamente
reduzida (58%) de eliminação de bactéria e pús pela urina (bacteriúria
com piúria) quando comparadas com o grupo controle após seis meses.
Baseado nos resultados desses estudos, as crenças correntes sobre os
benefícios do suco do Oxicoco sobre o trato urinário parecem ser
justificadas.
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CHÁ VERDE
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O chá perde apenas para água como a bebida mais consumida no mundo.
Uma grande atenção tem sido dirigida aos constituintes
polifenólicos
do chá, particularmente do chá verde. Os polifenóis abrangem mais de
30% do peso bruto total das folhas do chá fresco. As
Catequinas são os
polifenóis predominantes e mais significativos do chá. As quatro
principais catequinas do chá verde são Epigalocatequina-3-galato,
Epigalocatequina, Epicatequina-3-galato e Epicatequina.
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Nos últimos anos têm havido um grande interesse nos efeitos
farmacológicos do chá; até agora, a maior parte das pesquisas sobre os
benefícios do chá à saúde tem focalizado seus efeitos
quimiopreventivos contra o câncer, ainda que os estudos
epidemiológicos sejam inconclusivos até agora. Uma revisão mais
recente sugere que os benefícios do consumo de chá são restritos a uma
ingestão grande em populações de alto risco. Esta hipótese apóia os
achados recentes de que o consumo de cinco ou mais xícaras de chá
verde por dia estava associado com a diminuição da recorrência do
câncer de mama de estágio I e II em mulheres japonesas.
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Em contraste com os resultados inconclusivos dos estudos
epidemiológicos, achados de pesquisa em animais de laboratório
claramente sustentam um efeito quimiopreventivo dos componentes do chá
contra o câncer. De fato, observou-se que "nenhum outro agente testado
para possíveis efeitos quimiopreventivos em modelos animais tem
evocado uma atividade tão forte quanto o chá e seus componentes nas
concentrações normalmente consumidas pelos humanos".
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Há alguma evidência de que o consumo de chá também pode reduzir o
risco de doenças cardiovasculares. Em 1993 alguns cientistas relataram
que o consumo de chá foi a maior fonte de flavonóides numa população
de homens idosos na Holanda. A ingestão de cinco flavonóides
(Quercetina, Campferol, Miricetina, Apigenina e Luteolina), a maioria
dos quais eram derivados do consumo do chá, foi de maneira
significativa inversamente associada com a mortalidade por doenças
cardiovasculares nesta população. Ainda que diversos outros estudos
prospectivos tenham demonstrado uma redução substancial no risco de
doenças cardiovasculares com o consumo de chá, a evidência não é
atualmente conclusiva.
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UVAS E VINHO
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Há uma evidência crescente de que o vinho, particularmente o vinho
tinto, pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares. A
ligação
entre a ingestão de vinho e a doença cardiovascular tornou-se pela
primeira vez aparente em 1979 quando pesquisadores encontraram uma
forte correlação negativa entre a ingestão de vinho e morte por doença
cardíaca isquêmica tanto em homens como em mulheres de 18 países. A
França em particular tem uma taxa relativamente baixa de doenças
cardiovasculares apesar da dieta rica em gordura proveniente dos latícinios. Ainda que este "Paradoxo Francês" possa ser parcialmente
explicado pela capacidade do álcool em aumentar o colesterol HDL,
investigações mais recentes tem focalizado os componentes
não-alcoólicos do vinho, em particular, os flavonóides.
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O rico conteúdo fenólico do vinho tinto, que é de cerca de 20-50 vezes
mais alto do que no vinho branco, é devido a incorporação das cascas
da uva na fermentação do suco de uva durante a produção. Demonstrou-se
que uvas pretas
sem sementes e vinhos tintos (i.e.,
Cabernet Sauvignon
e Petite Sirah) contêm altas concentrações de fenólicos: 920, 1800, e
3200 mg/L, respectivamente, enquanto que as
uvas verdes Thompson
contêm somente 260 mg/kg de fenólicos. Os benefícios positivos do
vinho tinto deve-se à capacidade das substâncias fenólicas de prevenir
a oxidação do LDL, um evento crítico no processo da aterogênese.
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Aqueles que desejam os benefícios à saúde provindos do vinho sem o
risco potencial podem pensar em utilizar o vinho sem álcool, o qual
tem demonstrado poder aumentar a capacidade antioxidante total do
plasma. Foi demonstrado, também, que o Suco de Uva comercial é eficaz
em inibir a oxidação de LDL isolado de amostras humanas. O vinho tinto
também é uma fonte significativa de trans-resveratrol, uma fitoalexina
encontrada na casca da uva. O Resveratrol também possui propriedades
estrogênicas (hormônio semelhante ao feminino) que podem explicar em
parte os benefícios cardiovasculares do ato de beber vinho, e ele tem
demonstrado uma capacidade de inibir a carcinogênese in vivo.
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CASTANHA-DO-BRASIL (Castanha-do-Pará)
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Assim como noz, pistache e amêndoa, auxilia na prevenção de problemas
cardíacos. São ricas em ácidos graxos insaturados
(Ácido Oléico,
Ácido Linoléico e
Ácido Alfa-Linolênico) e pobres em ácidos graxos
saturados. Além disso, são ótimas fontes de proteína vegetal, fibra
dietética, vitaminas antioxidantes, minerais e fitoquímicos como o
ácido elágico, flavonóides, resveratrol, compostos fenólicos,
luteolina e os fitotesteróis.
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Os principais flavonóides das oleaginosas são a quercetina, o
campferol e a rutina, que demonstram importante ação inibitória na
proliferação das células cancerígenas in vitro. O resveratrol, um
potente antioxidante
também presente na uva e no vinho, age capturando
os radicais livres, evitando a destruição das células e a oxidação das
LDL.
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No caso da Castanha-do-Pará, hoje em dia denominada
Castanha-do-Brasil, também apresenta altos níveis do mineral
antioxidante Selênio.
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MAÇA
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Ao contrário de nós ocidentais, a população japonesa quase não ingere
alimentos ricos em proteína de origem animal nem tão
pouco é
“fanática” por exercícios físicos, tais como, musculação, corrida,
etc... E, no entanto, são um dos povos de maior longevidade.
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Qual o segredo dos japoneses? É possível que a resposta não seja tão
simples a ponto apontarmos um único fator como responsável pela
longevidade entre os orientais. Entretanto, algumas pesquisas em
andamento comprovam o que a grande maioria da população nipônica já
sabia: alimentos saudáveis podem ser a chave essencial para conquistar
a saúde e, por conseguinte, a longevidade.
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Desse modo, pesquisadores da Nippon Sport Science University Graduate
School acabam de divulgar o poder que as maçãs parecem ter sobre, não
apenas a saúde, mas quem sabe também sobre uma maior facilidade em
emagrecer e perder gordura corporal.
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Ricas em substâncias denominadas Polifenóis (as mesmas encontradas em
uvas e vinho tinto), as maçãs parecem exercer um papel de “varredores”
de radicais livres para fora de nosso corpo. Apesar de há muito já
sabermos sobre as propriedades antioxidativas das maçãs, a surpresa
ocorreu quando os pesquisadores detectaram uma sensível perda de
gordura corporal nas cobaias participantes do estudo.
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Ação Lipolítica - Essa foi a primeira vez que uma pesquisa comprovou a
capacidade lipolítica (destruição de gordura) dos polifenóis. Apesar
de necessitar de maiores estudos, a descoberta sugere que devemos
considerar seriamente incluir o consumo diário de maçãs em nossa
dieta.
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Podemos dizer que os polifenóis são encontrados em diversas formas na
natureza. Parte integrante dos flavonóides, os polifenóis são
substâncias com grande poder de neutralizar as moléculas de radicais
livres (as quais causam lesão às células e, conseqüentemente,
doenças), sendo consideradas, portanto, como substâncias
antioxidantes. Dentre as grandes fontes de flavonóides polifenóis,
podemos citar, além das maçãs, o vinho tinto, as uvas, o morango, a
pêra, a ameixa, a cereja, o chá e o chocolate. Apesar de todos serem
ricos em polifenóis, a maçã é a grande campeã na concentração dos
mesmos.
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O exemplo dado pela maçã demonstra claramente que o verdadeiro segredo
da longevidade e da saúde reside na simplicidade do que comemos e
fazemos. Afinal, talvez não esteja distante o dia em que alimentos
funcionais substituam medicamentos.
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AZEITE
DE OLIVA
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Numa época já perdida no tempo, Palas Atena, filha de Zeus, travou um
duelo intelectual com Poseidon para escolher o presente
mais valioso
do mundo. O rei dos mares entregou aos deuses um cavalo veloz, forte o
suficiente para carregar os homens e ajudá-los nos trabalhos. Ela
preferiu consultar os cidadãos gregos, que escolheram como ideal uma
oliveira. Atena ganhou. As razões eram, de fato, divinas: o azeite
derivado do fruto da árvore provia o homem com luz e comida, curava
suas doenças e abreviava seus males. Não é à toa que Homero o exaltava
como "ouro líquido".
A oliveira, aliás, foi uma espécie de Forrest Gump da história. Estava
presente em todas as cenas importantes. No grande dilúvio dos tempos
bíblicos, coube a uma pomba levar para Noé um raminho da planta no
bico. O sinal era claro. Se havia oliveiras, tudo estava bem. Mesmo
com tanto alarde histórico, o azeite de oliva era pouco utilizado na
culinária ocidental moderna, exceto em alguns países do Mediterrâneo,
adeptos da famosa dieta que hoje é exemplo de saúde. Os gregos
propagaram o amor pelo óleo de oliva, os árabes lhe deram o nome
popular no Brasil (az+zait), que significa "suco de azeitona" e as
pesquisas recentes usam a desculpa perfeita para a inclusão do produto
na alimentação diária.
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O azeite, aquele que reduz o LDL, é uma maravilha para o organismo.
Pesquisas recentes mostram que o uso regular do azeite também pode
ajudar na absorção intestinal, reduzir a hipertensão e estimular a
secreção de insulina, ajudando a diminuir os níveis de açúcar. E um
estudo de 2001, conduzido por Rebecca L. Hardgrove, da Universidade da
Pensilvânia, Estados Unidos, revela que o azeite diminui o risco de
aparecimento da aterosclerose.
Como quase tudo que é saboroso, o azeite não é liberado à vontade para
quem briga com a balança. São nove calorias por grama. A Organização
Mundial de Saúde (OMS) recomenda que 30% das calorias ingeridas
diariamente sejam provenientes de gorduras. Ou seja, em uma dieta de
2.500 calorias, isso representa cerca de 85 g diárias de azeite. Uma
atitude prudente é consumir 30 g (3 colheres de sopa) de azeite de
oliva todos os dias, dando margem de 55 g para a gordura intrínseca
dos demais alimentos.
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Cada tom de dourado indica qualidades, do claríssimo light, para
sobremesas, ao escuro, grosso, com buquês florais.
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Além de estar repleto de histórias, o azeite pode dar aquele toque que
faz da comidinha mais simples um prato que merece poemas.
Assim como o vinho, existem vários tipos de azeite de oliva, cada qual
com suas características, que variam de acordo com o país produtor, o
tipo de colheita, solo, seleção e o modo de produção. Alguns são
feitos com azeitonas ainda verdes, o que lhes confere um sabor mais
ácido e cor mais escura. Outros são produzidos com olivas maduras e
possuem aparência clara e sabor mais doce e frutado. Existem ainda os
azeites com sabores exóticos, como os da Tunísia e Israel, e os
macerados, cujas olivas vão para a prensagem com algum tipo de erva,
como manjericão, alecrim, frutas e estragão.
Devido a essas particularidades, assim como acontece com o vinho –
que, aliás, é acompanhamento perfeito para pratos regados a azeite –,
há sempre um tipo adequado para cada receita. Produtos confiáveis
podem ser encontrados em bons supermercados e lojas especializadas.
O azeite extra-virgem fica fabuloso quando misturado com aceto
balsâmico. Essa combinação também ajuda na redução das doenças
cardiovasculares.
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O azeite de oliva é classificado de acordo com seu grau de acidez e
não pelo preço. O melhor é o extravirgem, feito da primeira prensagem
e ácido em até 1%. Em seguida no ranking vem o virgem, feito com duas
prensagens e cuja acidez varia entre 1% e 3%. Já o azeite puro passa
por vários processos que podem incluir filtragem.
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As azeitonas mais verdes são responsáveis pelos sabores mais ácidos.
Não se assuste e nem se engane se em alguns lugares você encontrar
azeite light. Eles contêm exatamente o mesmo número de calorias do
extravirgem. Por serem extremamente refinados são claríssimos e pouco
lembram o odor e sabor do azeite. Nos Estados Unidos, são muito
utilizados em preparações de bolos e sobremesas, já que pouco
interferem no sabor.
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Seja qual for a sua escolha na hora de comprar o azeite, tenha em
mente que todas as gorduras, quando aquecidas a determinada
temperatura, tornam-se instáveis, deterioram e apresentam a formação
de acroleína, uma substância cancerígena. Por isso, é recomendável
ingerir os que não tenham sido submetidos a temperaturas superiores ao
seu ponto de fumaça. Na escala de gorduras, é a manteiga que apresenta
maior facilidade para formar acroleína.
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Na seqüência, vêm os óleos de canola, soja, milho e, finalmente, o
azeite de oliva, o mais leve e estável de todos. Ou seja, os deuses
sabiam mesmo das coisas.
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Como conservar seu azeite:
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Furinhos na lata e bicos dosadores aceleram a oxidação do azeite
de oliva. Coloque um pano ou um guardanapo em cima das aberturas; |
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Geladeira conserva o azeite, mas retire-o 20 minutos antes do uso; |
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Jamais coloque ervas, alho ou pimenta na garrafa do azeite. Eles
liberam fungos que turvam o azeite; |
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Após abrir o produto, o ideal é consumi-lo em, no máximo, seis
meses; |
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Adicione uma colher de margarina sem sal na panela antes de jogar
o óleo de oliva. Esse truque não deixa o azeite superaquecer; |
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Prefira utilizar o azeite cru na finalização dos pratos para não
perder antioxidantes, aroma e sabor. |
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ALCACHOFRA
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Como a chicória, a alcachofra também possui uma substância chamada
Inulina (que já foi vista em fibras). A Inulina tem a ação
de
favorecer o crescimento das boas bactérias no intestino,
principalmente as Bifidobactérias e lactobacilos, sendo portanto
chamada de Prebiótico. Os probióticos são definidos como "micróbios
vivos ingeridos como suplementos que afetam de maneira benéfica o
animal hospedeiro por melhorar seu equilíbrio microbial intestinal".
Uma das consequências da fermentação da inulina no intestino é o
aumento da absorção de cálcio no mesmo.
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Outras propriedades atribuídas à inulina são a capacidade de diminuir
triglicerídeos e colesterol no sangue, e também de manutenção adequada
da glicemia (glicose no sangue).
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A alcachofra também é rica em um flavonóide chamado
Silimarina, que é
um potente antioxidante que protege o fígado de sobrecarga tóxica. A
silimarina também inibe a atividade de diversos indutores de tumores.
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Assim como a inulina, os frutooligossacarídeos (já visto em fibras)têm
função de prebióticos, tendo, entre outros benefícios que ele traz
para a saúde, as funções de prevenir diarréia e constipação, proteção
da função hepática, redução dos níveis de colesterol no sangue,
redução da pressão arterial e efeito anticancerígeno. As principais
fontes de FOS são a banana, cevada, alho, cebola, mel, centeio,
tomate, raiz de aspargos, alcachofra, leguminosas e trigo.
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LECHIA
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A litchia ou lechia (Litchi chinensis Sonn) é uma fruta nativa da
Ásia, recentemente introduzida no Brasil, onde vem encontrando
receptividade entusiasmada por parte dos consumidores. Clostridium
difficile é a causa principal de infecções intestinais nosocomiais nos
adultos. A sintomatologia inclui desde diarréia até colite e
perfuração intestinal, podendo levar o paciente a óbito. A infecção é
facilitada por uso abusivo de antibióticos, que reduzem a população de
organismos benéficos da flora intestinal. O tratamento padrão é
efetuado com os raros antibióticos aos quais a bactéria é sensível.
Entretanto, a recidiva é muito alta e o desenvolvimento de resistência
genética tem limitado o espectro dos antibióticos que podem ser
utilizados.
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Informe da OMS dá conta que, se a terapia antimicrobial padrão tem sua
taxa de sucesso incrementada se for complementada por ingestão de
Probióticos.
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A levedura Saccharomyces boulardii é encontrada sobre os frutos de
litchia e tem fornecido excelentes resultados terapêuticos. O
microrganismo sobrevive à exposição aos ácidos gástricos, colonizando
o cólon durante o tratamento, sendo rapidamente eliminada do intestino
ao final da administração. A levedura reduz a patogenicidade de C.
difficile, interferindo com a produção ou eliminando suas toxinas, ou
ainda liberando uma protease que bloqueia os receptores das toxinas. O
maior benefício foi observado na redução do índice de retorno do
quadro infeccioso após a cura inicial, o que ocorre em 64% dos casos,
quatro semanas após o término do tratamento com antibióticos. Quando
houve associação com S. boulardii essa taxa reduziu-se para 34%.
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O modo de ação dos probióticos equivale aos da microflora intestinal,
competindo por nutrientes ou por receptores; produzindo substâncias
como o ácido láctico ou a bacteriocina, que inibem a ação de
microrganismos patogênicos; bloqueando a produção ou a atuação de
substâncias tóxicas; ou estimulando os mecanismos imunológicos do
organismo. Pesquisas recentes realizadas pela UFMG mostraram que,
camundongos que receberam probióticos à base de L. acidophilus ou S. boulardii, apresentaram nível de resistência natural superior aos que
receberam dietas sem os probióticos. Assim, os que receberam
probióticos apresentaram maior resistência aos patógenos Salmonella
typhimurium, Vibrio cholerae e Shigella flexneri. Os professores
Jacques Nicoli e Leda Vieira, responsáveis pelos estudos, afirmam que
S. boulardii, L. acidophilus, L. casei, B. longum,
B. bifidum,
Streptococcus thermophilus e E. faecium preveniram a diarréia causada
por antibióticos, a diarréia infantil, a diarréia do viajante, a
diarréia relacionadas à infecção pelo vírus HIV, a diarréia aguda
causadas por V. cholerae e E. coli, sendo úteis no tratamento de
infecção por Clostridium difficile.
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Ainda que o vasto número de substâncias benéficas à saúde de
ocorrência natural sejam de origem vegetal, há uma série de
componentes ativos fisiologicamente encontrados em produtos de origem
animal que merecem atenção por seu papel potencial para uma saúde
melhor.
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PEIXES
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Os ácidos graxos Omega-3 (n-3) são uma classe essencial de ácidos
graxos poliinsaturados (AGPIs) derivados principalmente de óleo de
peixe. Tem sido sugerido que a dieta tipo ocidental é atualmente
deficiente em ácidos graxos n-3, a qual é refletida na
taxa
dietética de n-6 para n-3 estimada atualmente em 20:25-1, comparada
com a taxa de 1:1 na qual os humanos evoluíram. Isto tem estimulado os
pesquisadores a examinarem o papel dos ácidos graxos n-3 em uma série
de doenças, particularmente câncer e doenças cardiovasculares, e mais
recentemente, no desenvolvimento humano precoce.
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Que os ácidos graxos n-3 podiam desempenhar um papel importante em
doenças cardiovasculares foi trazido a luz pela primeira vez nos anos
70 quando cientistas relataram que os esquimós tinham taxas baixas
desta doença apesar de consumirem uma dieta rica em gordura.
.
Embora não tenha sido inequivocadamente demonstrado que o consumo de
peixe possa reduzir o risco de doenças cardiovasculares em homens
saudáveis, foi demonstrado que o consumo de 35 g ou mais de peixe
diariamente pode reduzir o risco de morte por infarto do miocárdio não
súbito no Chicago Western Electric Study em 1997, e uma mínima
quantidade como uma porção de peixe por semana foi associado com um
risco significativamente reduzido da mortalidade cardiovascular total
após 11 anos em mais de 20.000 médicos norte-americanos.
.
LATICÍNEOS
.
Não há dúvida de que os laticínios sejam alimentos funcionais. Eles
são uma das melhores fontes de cálcio, um nutriente essencial que pode
prevenir a osteoporose e possivelmente o câncer de cólon. Em vista
disto, a National Academy of Sciences recentemente ampliou as
recomendações para este nutriente para a maioria das faixas etárias.
Além do cálcio, entretanto, pesquisas recentes têm se concentrado
especificamente sobre outros componentes nos laticínios,
particularmente
os laticínios fermentados conhecidos como
Probióticos.
.
É estimado que cerca de 400 espécies de bactérias, separadas em duas
grandes categorias, habitam o trato gastrointestinal humano. As
categorias são: aquelas consideradas benéficas (por ex.,
Bifidobacterium e Lactobacilos) e aquelas consideradas deletérias (por
ex. Enterobacteriaceae e Clostridium spp.).
.
O efeito hipocolesterolêmico do leite fermentado foi descoberto na
década de 1960 durante estudos conduzidos em membros da tribo Maasai
na África . Os Maasai têm níveis séricos baixos de colesterol e de
doenças coronarianas clínicas apesar da dieta rica em carne.
Entretanto, eles consumem diariamente de 4 a 5 litros de leite
integral fermentado.
.
Mais evidências apóiam o papel dos probióticos na redução do risco de
câncer, particularmente do câncer de cólon. Esta observação pode ser
devido ao fato de que culturas de ácido láctico podem alterar a
atividade de enzimas fecais (por ex., b-glicuronidase, azorreductase,
nitrorreductase) as quais se pensa desempenham um papel no
desenvolvimento do câncer de cólon.
.
Além dos probióticos, há um interesse crescente nos carboidratos
fermentáveis que alimentam a microflora benéfica do intestino. Estes
prebióticos, definidos por Gibson e Roberfroid como "ingredientes
alimentares não digeríveis que afetam beneficamente o ser humano por
estimular seletivamente o crescimento e/ou atividade de uma ou um
número limitado de bactérias no cólon e desse modo melhorar a saúde do
ser humano", podem incluir féculas, fibras dietéticas, outros açúcares
não absorvíveis, álcoois do açúcar e oligossacarídeos. Destes, os
oligossacarídeos têm recebido a maior atenção, e numerosos benefícios
à saúde têm sido atribuídos a eles. Os oligossacarídeos consistem de
cadeias curtas de polissacarídeos compostos de três e 10 açúcares
simples ligados entre si. São encontrados naturalmente em muitas
frutas e vegetais (incluindo banana, alho, cebola, leite, mel,
alcachofra). O conceito de prebiótico foi posteriormente extendido
para englobar o conceito de Simbiótico, uma mistura de
pro e
prebióticos (Gibson e Roberfroid, 1995). Muitos produtos simbióticos
estão atualmente no mercado na Europa.
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CARNE
BOVINA
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Um ácido graxo anti-carcinogênico conhecido como ácido linoleico
conjugado (ALC) foi isolado pela primeira vez de carne grelhada em
1987. O ALC se refere a uma mistura de isômeros geométricos e de
posição do ácido linoleico (18:2 n-6) em que as cadeias duplas são
conjugadas ao invés de existirem na configuração interrompida metilene
típica. Nove isômeros diferentes do
ALC foram relatados como de
ocorrência natural nos alimentos. O ALC é único porque é encontrado em
maiores concentrações em gordura proveniente de animais ruminantes
(por ex, carne de gado, lacticínios e carne de cordeiro). A gordura da
carne de gado contém de 3,1 a 8,5 mg de ALC/g de gordura com os
isômeros 9-cis e 11-trans contribuindo com 57-85% do ALC total.
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Com o passar da última década tem sido demonstrado que o ALC é eficaz
na supressão de tumores do estômago em camundongos, focos de criptas
colônicas aberrantes em ratos e carcinogênese mamária em ratos. No
modelo de tumor mamário, o ALC é um anticarcinogênico eficaz na média
de 0,1 a 1% na dieta, o que é mais alto que o consumo estimado de
aproximandemente 1 g de ALC/pessoa/dia nos Estados Unidos. Estes
resultados não são devido ao deslocamento do ácido linoleico nas
células, sugerindo que pode haver um mecanismo(s) único pelo qual o
ALC modula o desenvolvimento tumoral. Desse modo têm sido
desenvolvidas pesquisas com a finalidade de aumentar o conteúdo de ALC
em laticínios derivados do leite de vaca através de modificação
dietética.
.
Mais recentemente, o ALC tem sido investigado por sua capacidade de
mudar a constituição do corpo, sugerindo um papel como um agente
redutor de peso. Camundongos alimentados com dietas suplementadas com
ALC (0,5%) exibiram uma diminuição de 60% da gordura corporal e um
aumento de 14% na massa magra do corpo quando comparados com os
controles, possivelmente pela redução da deposição de gordura e
aumento da lipólise em adipócitos.
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Componente |
Propriedades
benéficas |
Exemplos
de alimentos funcionais
que contém
o componente |
Bífido-bacterias |
Favorecem as funções
gastro-intestinais, produzem vitaminas B12 e K. |
Iogurtes e produtos lácteos
fermentados. |
Arílicos |
Inibição da síntese do
colesterol. |
Extrato macerado de alho. |
Acido
α-linolênico |
Estimula o sistema imunológico e
reduz as inflamações. |
Óleos de linhaça, colza, soja;
nozes e amêndoas |
Carotenóides |
Antioxidantes, anti-oncogênicos,
reduzem o acúmulo de plaquetas. |
Tomate, cenoura, abóbora,
espinafre, acelga, frutas cítricas, melão, pêssego. |
Catequinas |
Reduzem a incidência de câncer
do intestino, estimula o sistema imunológico. |
Chás, cerejas, uva, vinho tinto,
chocolate. |
Cumarinas |
Atividade anti-oncogênica,
antibiótica, previnem a coagulação não desejada do sangue,
atuam no tratamento da salmonelose. São protetores vasculares,
possuem propriedades espasmolíticas e vasodilatadoras,
fotosensibilizantes (tratamento da psoríase). |
Cenoura, frutas cítricas,
canela. |
Flavonóides |
Atividade anti-oncogênica.
espasmolíticos, vasodilatadores, antiinflamatórios,
antiulcerosos e antioxidantes. |
Soja, cenoura, frutas cítricas,
pepino, tomate, pimentão, berinjela, cereja, salsa, cerejas. |
γ-glutamil cisteína
alílica |
Redução da pressão sanguínea e
favorecimento do sistema imunológico. |
Macerado de alho. |
Indóis |
Desativam os estrógenos. |
Couve, repolho, brócolis. |
Isotiocianatos |
Indutores de enzimas protetoras. |
Mostrada, rabanete. |
Limonóides |
Indutores de enzimas protetoras. |
Frutas cítricas |
Licopeno |
Antioxidante, anti-oncogênico,
tolerância à radiação UV. |
Tomate, pimentão, melancia,
cenoura, mamão. |
Monoterpenos |
Inibem a produção de colesterol,
antioxidante, anti-oncogênico. |
Cenoura, tomate, berinjela,
pimentão, grãos integrais, frutas cítricas, cereja. |
β-glucanos |
Protegem contra enfermidades
cardiovasculares. |
Aveia, cevada, milho, sorgo. |
Oligossacarídeos |
Ativam a microflora intestinal. |
Frutas e cereais. |
Isoflavonas |
Ação anti-oncogênica. |
Soja e derivados. |
Fibras
insolúveis |
Ação anti-oncogênica. |
Arroz integral, aveia, soja,
lentilha banana, nozes. |
Ácidos
Fenólicos |
Ação anti-oncogênica,
anti-sépticos. |
Cenoura, tomate, berinjela,
pimentão frutas cítricas, couve, brócolis, cereja. |
Ftálidos |
Simulam a produção de enzimas
benéficas, que possuem atividade anticarcinogênica. |
Cenoura,
salsa. |
Poliacetilenos |
Protegem contra cânceres
causados por substâncias presentes no tabaco. |
Cenoura, aipo, salsa. |
Triterpenóides |
Previnem as cáries, possuem ação
anti-ulcerativa e antiinflamatória. |
Soja, frutas cítricas, alcaçuz. |
Terpenos |
Anti-oncogênicos,
antiinflamatórios. |
Frutas cítricas, teixo (Taxus
baccata). |
Triterpenos |
Expectorantes,
antiinflamatórios, adaptógenos, vaso-constritores, atenuam os
sintomas do climatério. |
Cicuta aquática, erva de
lagarto. |
Lignanas |
Citostáticos ,
antiinflamatórios, hepatoprotetores. |
Noz moscada, óleo de linhaça. |
Tanino |
Antioxidantes, anti-sépticos,
vaso-constritores. |
Maçã, sorgo, manjericão,
manjerona, sálvia, uva, caju, manga. |
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Gordura
TRANS, inimiga oculta.
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A gordura
Trans, tão mal falada nos últimos tempos, nada mais
é que a velha conhecida Gordura Vegetal
Hidrogenada,
criada para dar mais sabor, melhorar a consistência e prolongar o
prazo de validade de alguns alimentos, a gordura Trans está na pipoca
de microondas, nos salgadinhos de pacotes, nos donuts, nos biscoitos,
nas bolachas, nos sorvetes, nas margarinas e em vários itens das
refeições de lanchonetes fast-food, como a batata frita, os nuggets e
as tortinhas doces. A gordura Trans é um importante fator de risco
para infartos, derrames, diabetes e outras doenças e o melhor a fazer
é tentar bani-la do cardápio.
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A trans surge da transformação de
óleos vegetais líquidos em sólidos, por meio de um processo químico
chamado hidrogenação parcial. Como sua origem é vegetal, durante muito
tempo ela foi tida como uma opção mais saudável à gordura saturada,
que, conforme se descobriu no fim da década de 50, faz mal ao coração.
Encontrada sobretudo em carnes vermelhas, ovos e leite, entre outros
alimentos, a gordura saturada aumenta os níveis no sangue do mau
colesterol, o LDL.
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Aparentemente benéfica, a trans
conquistou a indústria de alimentos, mas no fim da década de 90,
contudo, várias pesquisas científicas demonstraram que a trans é mais
nociva do que a saturada e a explicação para isso é que, durante a
solidificação dos óleos vegetais, as moléculas de gordura passam por
um rearranjo estrutural que faz com que elas, ao ser ingeridas,
facilitem o depósito de LDL nas paredes das artérias coronárias. Além
disso, a trans reduz as quantidades de uma proteína essencial à
produção do bom colesterol, o HDL.
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Pouca
gente, no entanto, conhece os perigos embutidos na margarina do
café-da-manhã, no bolo do lanche da tarde ou nos biscoitos que as
crianças levam para a escola. Esse fato fez soar o alarme nas agências
reguladoras de alimentos. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) determinou que até 2006 os rótulos dos alimentos
industrializados devem informar o consumidor sobre a quantidade de
gordura trans contida neles. O mesmo prazo foi dado pela FDA às
empresas americanas.
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O consumo médio de gordura trans
chega a 3% do total calórico diário. Numa dieta de 2.000 calorias,
isso equivale a 6,6 gramas – ou quatro biscoitos recheados de
chocolate. Pode parecer pouco, mas, em se tratando de gordura trans, é
uma quantidade absurda. A Organização Mundial de Saúde preconiza que a
ingestão diária de trans não ultrapasse 1% das calorias. Para a
indústria, a dificuldade é substituir a gordura trans sem alterar as
características dos alimentos. Embora os primeiros estudos sobre a sua
nocividade tenham cerca de dez anos, só agora os primeiros produtos
trans free estão chegando ao mercado.
.
Do ponto de vista cardiovascular,
esse tipo de gordura é pior que a saturada - de origem animal. A causa:
ela "plastifica" os vasos, levando a infartos e derrames.
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A gordura hidrogenada é uma gordura
vegetal que foi criada pela indústria para ser uma alternativa à
gordura saturada, a do bacon, da lingüiça,da picanha, da manteiga,
etc. Mas como não existe gordura no mundo vegetal, somente óleos, foi
criado, então, um processo de transformação desses óleos vegetais em
gordura sólida.
.
Os óleos são colocados em uma
câmara com gás hidrogênio, que se transforma em uma pasta preta (um
tipo de graxa) com mau cheiro, que precisa ser alvejada para ficar sem
cor e desodorizada para ficar sem cheiro.
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Ela deixa tudo crocante porque se
solidifica nos alimentos após a fritura, formando uma casquinha. Isso
acontece também nos vasos que ficam impedidos de dilatar.
.
Por isso, está se tornando comum
esportistas jovens sofrerem parada cardíaca durante a prática de
qualquer esporte, pois durante a atividade física, o fluxo sangüíneo
aumenta, mas o vaso não dilata para a passagem do sangue. É quando
ocorre o infarto.
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O maior desafio é para as cadeias
de fast-food, pois além de não terem encontrado ainda um óleo "trans
free" que mantenha o sabor dos lanches, há um problema de ordem
econômica a ser vencido. Uma das grandes vantagens da gordura trans é
que ela pode ser reaproveitada várias vezes sem perder suas
características iniciais. Esse entrave foi o que fez com que a maior
rede de fast-food do mundo fosse condenada pela Justiça dos Estados
Unidos.
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Dica: quanto mais durinho o
alimento industrializado maior a quantidade dessa gordura, abaixo, uma
lista de produtos que podem carregar um nível elevado de gordura
Trans.
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Então, fique longe de:
- Frituras de fast-food: usam essa
gordura para todas as frituras porque ficam crocantes;
- Salgadinhos (chips
e outros);
- Batatas fritas: as de pacote e as
que acompanham fast-food;
- Massa folhada;
- Margarina: é uma gordura vegetal
hidrogenada;
- Biscoitos: praticamente todos,
principalmente os recheados e os wafer;
- Sorvetes: a grande maioria, até
mesmo os light; o sorvete hidrogenado é mais espumoso;
- Chocolates
em barras ou bombons: cuidado com os Diet,
são os piores;
- Cookies;
- Tortas e bolos recheados, prontos
e semi-prontos (ficam bem fofos);
- Pipoca de microondas;
- Maionese;
- Leite: os achocolatados prontos (todynho,
por exemplo);
-
Requeijão cremoso: atualmente alguns já tem gordura vegetal hidrogenada.
Leia o rótulo, e prefira os que não tenham.
- Donuts;
- Pães: principalmente os de massa
doce;
- Sopas e cremes industrializados;
- Temperos prontos em tabletes ou
em pó;
- Manteiga light: esse tipo engana
o consumidor, pois 50% é margarina;
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O epidemiologista-chefe da Escola
de Medicina de Harvard, Walter Willet, diz no site www.transfreeamerica.org
que a introdução dos hidrogenados na alimentação foi o maior desastre
da história alimentícia nos EUA. Resultou numa epidemia de obesidade e
demais doenças.
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Em 2001, foi divulgado um estudo -
feito em 84 mil enfermeiras, durante 14 anos - no qual ficou
confirmado que a principal gordura relacionada ao diabetes e ao
aumento do colesterol e triglicerídios era a hidrogenada.
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No ano seguinte, cientistas
americanos pediram um novo estudo. Queriam que ficasse claro quanto de
gordura hidrogenada uma pessoa poderia consumir por dia, sem
prejudicar sua saúde. O resultado foi surpreendente: Zero.
.
Substitua a margarina. No pão, use requeijão
(selecionado), queijos, geléia ou manteiga (regular).
Na culinária, use os óleos
vegetais. Eles fazem bem à saúde desde que não sejam hidrogenados.
Prefira o óleo de arroz, pois ele não satura facilmente.
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Já são quase 100 os produtos aprovados pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) numa nova categoria que passa a povoar
as prateleiras dos supermercados – a dos alimentos funcionais. Eles
têm ação benéfica específica no organismo comprovada por estudos
científicos semelhantes aos realizados para o registro de
medicamentos. Mas, apesar da semelhança, não têm restrição de consumo
nem precisam de indicação médica. As doenças têm causas múltiplas, e,
por isso, eles podem ajudar a reduzir os riscos, mas não a prevenir.
Eis alguns desses produtos:
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Quaker Oat Bran - A beta-glucana, fibra solúvel presente na aveia, ajuda a reduzir os
níveis de colesterol e, conseqüentemente, o risco de doenças
cardiovasculares. Pode melhorar o funcionamento intestinal. |
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Activia - Contém lactobacilos Bifidus activus, que ajudam a regular a atividade
intestinal se consumidos com freqüência. Outros produtos semelhantes
agem na flora intestinal, prevenindo a ação de bactérias nocivas. |
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Ades Original Light - A ingestão de 25 gramas de proteína de soja associada a uma dieta
pobre em gorduras saturadas ajuda a reduzir o risco de doenças
cardiovasculares, segundo o Food and Drug Administration, similar
americano da Anvisa. Um litro do produto fornece a quantidade diária
recomendada. |
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Becel Pro.Activ - É um creme vegetal. Foi o primeiro produto funcional aprovado no país,
em 1999. Contém Fitosterol, substância que ajuda a promover níveis
benéficos de colesterol desde que o consumidor siga uma dieta
balanceada e saudável. O consumo diário indicado é de 20 gramas. |
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Cyclus Saúde - Produto da linha de margarinas recém-lançada que contém Ômega 3 e
Ômega 6 e teor de gorduras reduzido em 35%. |
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Happydent Xylit - O Xilitol – que substitui o açúcar e alguns adoçantes sem prejuízo
para o sabor – pode diminuir o risco de desenvolvimento de cáries. |
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Este artigo não
pretende a prescrição ou indicação de medicamentos. Se você
apresenta algum dos sintomas citados procure um Médico pois nada
substitui uma consulta com um Médico especializado, pois tanto
para a mulher como para o homem, a avaliação Médica e
especialmente a Terapia Ortomolecular tem que ser individualizada
e só deve ser prescrita por Médico Especialista, e que para se ter
uma base do que se vai indicar para um paciente é necessário fazer
uma minuciosa anamnese clínica, avaliar o estado psico-emocional
do paciente e fazer um estudo pormenorizado com exames
laboratoriais, inclusive Ortomoleculares como o Teste do Cabelo (Mineralograma) e
outros através de sangue, urina e fezes. |
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